segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Olimpíadas Rio 2016

É pessoal, os jogos olímpicos serão aqui no Brasil, pra ser mais exato, no Rio de Janeiro. Mas será que valerá mesmo apena nós termos ganhado de Madrid? Será que nossos políticos não vão usar as obras deste maravilhoso evento para enriquecer ilicitamente? Será que a polícia terá controle durante o evento?
Eu acho que o Brasil não foi uma boa escolha e muita gente acha isso também, mas será que alguém fez algo para impedir? Mas agora não adianta reclamar, agora só podemos esperar para saber o que vai acontecer.
Quando Pequim foi escolhida para sediar em 2008, eles "trancaram" os atletas nos ginásios e fizeram com que eles ganhassem  100 medalhas, sendo 51 de ouro, bem mais medalhas de ouro que os Estados Unidos. Será que o Brasil vai seguir o exemplo ou vamos ver novamente nossos atletas deixando de treinar para trabalhar para não morrer de fome, como aconteceu ano passado:


11/06/2008 - 08h00

Após calote, taekwondo do Brasil vai a Pequim em busca de futuro melhor

RAFAEL REIS
da Folha Online

Depois de sofrer até mesmo com calote no pagamento de salários por parte da Confederação Brasileira de Taekwondo, os três atletas brasileiros da modalidade que vão competir nos Jogos de Pequim-2008 tentam se abstrair dos problemas e sonham com bons resultados na Olimpíada para, com isso, tentar garantir melhores condições aos praticantes da luta no país.


Débora Nunes, integrante da equipe nacional que vai à China, afirma que tenta não pensar no assunto para se concentrar nos Jogos.

Veja entrevista com os representantes do taekwondo brasileiro

"Tento não estar muito por dentro dessa parte financeira, porque isso acaba estressando um pouco. Ficávamos bem chateados com os atrasos. Agora, nem sei dizer se o salário está em dia ou não, porque nem conferi meu extrato bancário", disse a atleta em entrevista à Folha Online.

Ouro no Pan-2007, Diogo Silva, que ficou fora dos Jogos de Pequim, foi quem expôs as precárias condições vividas pelos atletas de taekwondo. No final do ano passado, a confederação brasileira da modalidade descumpriu contrato de 11 dos 16 atletas da seleção e os deixou sem salários.

Após ameaças de ser acionada judicialmente, a entidade realizou os pagamentos parcialmente. A crise causou um racha na confederação e o COB precisou intervir. Atualmente, é o Comitê Olímpico Brasileiro, com ajuda de um patrocinador, quem paga a bolsa de R$ 1.500 mensais aos titulares da seleção olímpica.

Segundo o técnico da seleção, Carlos Negrão, os salários dos atletas estão em dia. "Está tudo em ordem. Ninguém tem se queixado."

A seleção olímpica conta com nove atletas. Três deles (Márcio Wenceslau, Débora Nunes e Natália Falavigna) são os titulares que irão aos Jogos e recebem cerca de R$ 1,5 mil mensais. Seus reservas, dois por categoria, faturam R$ 1 mil. Há ainda uma seleção brasileira não vinculada aos Jogos. Ela reúne 16 atletas, que recebem bolsas de R$ 400 a R$ 600.

Wenceslau, prata na categoria até 58kg no Pan, diz que precisa recorrer a outros meios para complementar sua renda.

"Esses R$ 1,500 não pagam os gastos que tenho com a modalidade. Hoje, estou vivendo do dinheiro que consegui juntar da bolsa-atleta [recebia R$ 2.500 até o fim do ano passado]. Mas estou tentando esquecer isso. Estou focado nos Jogos Olímpicos e acho que se eu trazer uma medalha, as coisas vão ficar diferentes", disse o atleta, que completa o orçamento dando seminários.

"A gente leva uma rotina muito diferente da dos atletas dos outros países. A gente precisa treinar e correr atrás do dinheiro para poder se manter", completou Wenceslau, que vendeu seu carro para poder participar do Circuito Europeu antes do Pan do Rio.

"Tudo que tinha para ganhar [menos a medalha olímpica], a gente já ganhou. Como diz um amigo meu, só falta ganhar um campeonato intergalático para ver se as coisas melhoram. Acho que, como a gente fala mal da confederação, os empresários pensam mal da gente. Então, a gente até parou de falar das coisa internas. Essa exposição nos atrasava", concluiu Wenceslau.

Débora Nunes vive uma situação um pouco melhor por ter um contrato com um clube para disputar Jogos Regionais, Jogos Abertos e outras competições. Ainda sim, vislumbra o mesmo que Wenceslau: uma medalha e, enfim, a chegada de mais patrocinadores.

"É bem complicado conseguir se manter com o taekwondo, mas a gente acredita que uma medalha pode mudar isso. Todo esporte é assim", analisou.